7º Parte

Onde estou ? O que se passa ? Foram as primeiras coisas que pensou. A sua cabeça parecia querer explodir, não importava em que posição estivesse, ou no que ela pensasse, a dor não desaparecia. Já me lembro! E lembrou-se do que acontecera, de como descobrira quem estava por trás do rapto, lembrava-se de tudo. Estava agora amarrada a uma parede, tinha os pulsos amarrados, e os braços presos à parede por cima da sua cabeça. Tentou gritar mas as forças não lhe permitiam, perguntava-se o que iriam fazer com ela agora.

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-Então é assim, Glik, tu vais procurar na universidade e falar com colegas dela, etc, eu vou ao hospital onde ela andava a fazer estágio, se souberes de alguma coisa importante liga-me. Quando acabares vem para o meu apartamento.

-Combinado chefe!

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As luzes acenderam-se, alguém estava a entrar, ela apertou as mãos com muita força, raiva, ela sentia muita raiva, mas ao mesmo tempo medo, ela estava uma confusão.

-Então, que tal passas-te a noite princesa ?

-O que queres de mim ?

-Eu nada, mas o Gordo, ele sim quer ajustar contas depois do que lhe fizeste. Eu nem o trouxe aqui hoje, senão ele desfazia-te. Não penses que não o deixei vir te desfazer por pena de ti boneca, só que antes quero que sofras, e que sofras muito.

-Vai para o Inferno !

Não voltou a dizer nada, saiu do armazém por momentos e quando voltou trouxe com ela um computador, ligou-o e deixou-o ligado à frente dEla. Feito isto, foi-se embora.

-Não, não pode ser.Não queria acreditar no que estava a ver, o que estava no computar eram imagens em tempo real do apartamento dEle e da gravadora. Devem ter instalado lá câmaras!- Ficou gelada da cabeça aos pés. Demorou algum tempo até conseguir reagir.

-O que lhe vais fazer ? Não vás ! Responde-me !-gritou Ela com desespero.

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Já há duas horas que o Glik tinha chegado à casa dEle, já tinha visto televisão, já tinha lhe tentado ligar umas tantas vezes mas em nenhuma teve resposta. Começara a ficar preocupado quando Ele chegou.

-Não consegui nada chefe. Ninguém de lá sabia nada.Tens novidades ?

- Não infelizmente não tenho. Procurei, falei com pessoas ninguém sabia de nada.

-Isso não é nada bom chefe. Tenho fome !

-Eu também Glik, vem, vamos comer fora.

-Ok, por mim pode ser.

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Ela estava cada vez mais fraca, já não comia a dias, agora não ia conseguir mais fugir, mas o que mais a preocupava era o que iam fazer a Ele, estava desesperada, não podia contar-lhe, não O podia proteger, e ainda por cima era a culpada do que lhe estava a acontecer. Odiava-se e odiava a sua incapacidade de o amar. Se tivesse ficado com ele nada teria sido assim. Estava arrependida e incapaz de fazer o que quer que fosse.

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Depois do jantar com o Glik os seus pensamentos voavam, ele estava a tentar encontrar a motivo por o qual estavam a fazer aquilo. Nada, nada lhe vinha à cabeça. Onde estaria ela ? O que lhe teriam feito ? O sentimento de culpa corroía-o por dentro.- Se eu não a tivesse deixado sozinha para preparar aquela maldita surpresa!- Agora a única coisa que podia fazer era encontra-la e salva-la. Mas como iria ele fazer isso ?Passou o resto da noite a tentar elaborar um plano para encontra-la.

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-Susie ! O que estás aqui a fazer tão cedo ?

-Hmm, estava a fazer-te o pequeno almoço, hoje não trabalho de manhã, então achei que ias gostar.

-Parece-me óptimo! Obrigado. Se o pudesses fazer mais vezes é que era de valor.

-Porque não ? Não sabia que ias gostar.

-Mas gostei. É o que importa.

Passaram meia hora a falar antes que ele tivesse ido trabalhar. Pareciam mais próximos que nunca, ambos gostavam da companhia um do outro.

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O dia tinha sido comprido, toda a história dEla estar desaparecida ocupou-lhes a cabeça durante todo o dia, embora durante todas as horas que estiveram na gravadora nem um nem outro tenham ousado falar nisso.

-Chefe, e se eu fosse até à sua casa esta noite ? Podíamos fazer qualquer coisa.

-Não, obrigado Glik, hoje não-disse ele saindo da gravadora.

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-Já viste princesa? Hoje o teu príncipe vai estar sozinho em casa de noite! Aquele imprestável daquele Glik vai deixar de ser uma pedra no meu sapato. Espero que hoje à noite te divirtas, porque vai passar um grande filme mesmo à tua frente !

-Vai para o Inferno !

Não disse mais nada, e foi-se embora. Adorava fazer jogos psicológicos com as pessoas, e conseguia.

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-Knock, Knock. Estás em casa ?

-Estou sim Susie, podes entrar.

-Então como estás por causa do desaparecimento dEla ?

-Estou mal, estou desesperado, não tenho a mínima ideia de como vou encontra-la.

-Vai correr tudo bem, vais ver. Tens é que ter calma.

-Calma ? Como posso eu ter calma ? A culpa é toda minha.

-Não é nada, foi ela que te deixou. Não tens culpa que ela não te valoriza-se. Se ela o tivesse feito as coisas seriam diferentes.

-Tens razão...mas sinto-me culpado.

-Não te sintas, vamos beber um pouco de vinho e conversar.

-Ok.

Ela levantou-se para buscar o vinho. Estava a usar um vestido preto curto e decotado, fazia sobressair todas as suas melhores qualidades físicas. Era de verdade uma mulher com um corpo fenomenal, era uma tentação. Ele reparou em cada pormenor dela.

-Aqui esta, toma um copo. Encheu os copos, e voltou a encher várias vezes. Estava a jogar no ataque, queria seduzi-lo e estava a conseguir.

-E se fossemos até à tua cama ?

-Porque não ? Vamos.

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-Idiota ! Burro ! Será que não percebes que é ela ?! Foi ela que me raptou ! Ela vai te fazer mal seu palerma ! Não conseguia acreditar no que estava a ver, o homem que amava estava a deixar-se cair nos encantos de uma vaca. Percebeu agora que o objectivo não era magoa-lo, mas sim magoa-la a ela. Sim, porque vê-la ali com o homem que ela amava estava a partir-lhe o coração, as lágrimas escorriam-lhe pela cara. Era das dores mais fortes que já sentira na sua vida.De uma mulher forte, dura, naquele momento tornara-se na mais frágil de todas. O seu coração estava despedaçado.

-Não ! Ela tem uma arma ! Ela vai mata-lo. - Sai dai seu idiota ! As lágrimas não paravam de correr, se alguma cara poderia exemplificar o ponto máximo do desespero humano, a dela era uma.

Ela estava agora deitada na cama, e ele estava de pé a observa-la.

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-Vem, sou toda tua hoje !