domingo, 11 de julho de 2010

2- 3º Parte

Vou desistir dos inícios estranhos, com coisas estranhas a acontecer, sim porque isso só acontece mesmo em séries de comédia que passam na televisão na 2, é que nas séries cómicas não importa como mas há sempre um início mais estranho que o anterior. Quando pensamos que já tudo se viu, desde uma cabra na casa de banho como um pintainho e um pato irmãos a tomarem banho na banheira, pum, acontece sempre algo mais estranho. Mas eu vou fugir de inícios estranhos, primeiro porque isto não é uma série, embora também funcione por temporadas, e não passa na 2. Bem mas vou ao que interessa da forma mais normal possível.

-Querido não tem sido as melhores semanas da nossa vida ?
-Tem sim amor.
-Desde que me fizeste aquela surpresa as coisas estão a correr muito bem, como vai a gravação daquele tal cd que dizes que vai te levar à fama finalmente ?
-Vai bem, aquela banda é a melhor que já tive lá.
(Secante --' a nossa vida é secante, e é por isso que precisamos daquelas partes fora do normal, acho que é isso)
-Quando é que vais desistir dessa aposta amor ?
-Não vou desistir.
-Tu já estás ai de cabeça para baixo pendurado no tecto há 15 horas, daqui a nada estás morto. Desce daí.
-Já só faltam cinco horas.
Como é que isto começou ? Como sempre começa, num café.
-Estás a ver aquela loira ali? Aquela já é minha.
-HAHA, claro Glik, só isso e o pai natal tem barba azul.
-Eu até te digo mais, eu consigo ficar com a loira e com aquela morena que está ali.
-Mais depressa eu fico 20 horas de cabeça para baixo do que tu comes aquelas duas.
-Vamos apostar ?
-Apostado.

-Tens noção que isso foi a aposta mais estúpida que já fizeste até hoje?
-Hmmm, tenho, mas eu vou ganhar.
-Espera aí,tenho que ir comprar umas coisas.
-Eu espero, ou achas que vou sair daqui ?
-Cala-te parvo, já venho.
-Tu dizes para eu esperar aqui vendo a minha situação e eu é que sou parvo ?

Ela foi até ao quarto, pegou num casaco e na sua bolsa verde onde tinha o dinheiro. Apressada saiu de casa e dirigiu-se até a uma superfície comercial que havia no fundo da rua. Quando estava a ir reparou que dois carros da polícia passaram mas não era nada que não costumasse acontecer nos dias normais.
Enquanto isso no apartamento:
-knock.knock.knock.
-Óptimo, agora estão a bater à porta- Com esforço gritou: - Quem é ?
-A policia.
-A policia ? Ok, chegaram.- Entrem !- gritou outra vez ele com esforço.
-Onde está?
-Na sala, não tem que disparar nem nada, só que estou meio que preso.
O polícia foi até à sala, olhou para ele e disse:
-Senhor Johnny Wester vou lhe pedir que me acompanhe à esquadra para ser interrogado sobre a morte de Susie Harter.
-Eu teria todo gosto em acompanha-lo mas preciso de ajuda para sair daqui se não se importasse de me ajudar.
O polícia tirou-o do sitio onde ele estava pendurado e levou-o. Ao sair do prédio deu de caras com ela.
-Vai ficar tudo bem amor.
-Mas o que se passa aqui ? Johnny?
Foi a última coisa que ela ouviu dele antes de ele ir embora. Ela não estava a perceber o que estava a acontecer. Ficara em choque, o Johnny tinha sido preso, assim mesmo à frente dos seus olhos, e ela nem sabia o porque. Ainda estava gelada, ficou gelada logo que o viu a entrar naquele carro. O que poderia ele ter feito ? Subiu para o apartamento para pousar o que tinha comprado. Teve dificuldades em cair em si, até que o telefone tocou.
-Liga a televisão !
-O que se passa, não é a altura certa Natalie.
-Acredita em mim, liga a televisão.
-Eu vou ligar, agora tenho que desligar, adeus.
A Natalie ficou do outro lado, a pensar o que se passara com ela, devia estar a ter um dia mau, só isso. Ela sentou-se, pegou no comando, e ligou a televisão. Estava incrédula, não conseguia acreditar no que estava a ver à sua frente. Agora já fazia sentido.
-Mulher caucasiana de 27 anos foi encontrada morta ontem ao final da tarde, foi encontrada por dois adolescentes que estavam perto de uma das estações de comboios de Detroit no estado de Michigan. Encontraram o corpo no meio da neve. Acredita-se que se trata de Susie Harter, embora esta informação não tenha sido confirmada pela polícia que não quis adiantar mais nada sobre o caso.

Ela desligou a televisão. Encostou-se para trás no sofá. As palavras dEle ecoavam na cabeça dela: " A Susie ...eu tratei dela". "A Susie... eu tratei dela..". Ecoavam vez sem conta e não pareciam querer parar. Ela não acreditava que ele fosse capaz de tal coisa... mas... será? Ela não sabia o que pensar, se ele lhe dissesse que não fez nada ela acreditaria plenamente nas palavras dele, mas ele nunca disse que não fez nada, aliás eles nunca chegaram a falar sobre o assunto, e agora ele estava na esquadra e a Susie tinha sido encontrada morta. Será que ele realmente a tinha matado ? Não pode ser...." A Susie... Eu tratei dela".

Foram 15 minutos de viagem até à esquadra. Estavam à porta da esquadra uns tantos jornalistas que ficaram a saber que Johnny iria para ali.
-Isto é por causa da morte de Susie Harter ?
-Susie Harter foi assassinada ? É esse homem o assassino ?
Estas eram algumas das perguntas dos jornalistas que ali se encontravam.Ele parecia estar bem psicologicamente, não parecia sequer nervoso. Já estava dentro da esquadrada.
-Agora esperas aqui até ao Delegado querer falar contigo.
-Tenho que telefonar ao meu advogado.
-Fala com a senhora que está ali naquele balcão e pede-lhe para ligar. Deves estar bem enterrado para querer já um advogado.
Ele não respondeu à provocação, apenas agradeceu a informação.
-Desculpe, um guarda chamado Julian disse-me para eu vir aqui para ligar ao meu advogado.
-Isto não é nenhuma cabine telefónica sabe.
-Foi o guarda que me disse.
-Ok, ligue lá.
Enquanto ele ligava a senhora disparatava a insultava o guarda Julian, por estar sempre a mandar as coisas para cima dela.
-Freddie ?
-Sim Johnny.
-Preciso que venhas à esquadra. Estou aqui. Por causa daquilo da Susie que eu tinha te contado.
-Óh raio. Eu já vou para aí. Não fales com ninguém antes que eu chegue ai ouviste?
-Sim, eu sei. Não te preocupes.
Quando virou as costas tinha o delegado mesmo atrás dele.
-Johnny Wester ?
-Sim , sou eu.
-Vem comigo, tenho algumas perguntas para te fazer.
-Estou à espera do meu advogado.
-Então é porque és culpado. Muito bem.
Ele não respondeu, sabia que ele só estava a provoca-lo.
-Não falas, és um cão bem treinado. Vamos ver por quanto tempo estás assim tão tranquilo. Vais ir a baixo.
Ele continuou sem responder.
-Já vi que não vais dizer palavra. Vamos para a sala de interrogatório, mas só começamos quando o teu advogado chegar.
Ele acenou com a cabeça. Aquele lugar era arrepiante, tinha em um dos lados um grande vidro que não deixava ver para o outro lado, mas era certo que quem estivesse do outro lado conseguia ver para ali. A temperatura era amena, devia rondar os 23ºC, as cores eram sóbrias, era uma sala no seu todo escura, com excepção da mesa onde havia o interrogatório propriamente dito, que era iluminada por uma lâmpada de alta intensidade. Em cima da mesa estavam 3 copos de água, e uma garrafa também de água ainda cheia.
O delegado tinha um aspecto desgastado, parecia que a vida o amargurara pela forma como falava com toda a gente ao seu redor. Era magro, muito magro, o formato de alguns dos ossos da sua cara era claramente visível. Os olhos eram negros, muito negros e estavam enterrados bem para dentro da sua cara, o que os fazia ter um aspecto ainda menos do que realmente eram. Devia ter por volta dos 50 anos, mas parecia ter pelo menos 60, o seu cabelo era quase todo branco, pelo menos o cabelo que lhe restava. A cara estava toda coberta por barba, branca e rala.Era sem dúvida um tipo assustador. Pelo menos no aspecto parecia um tipo talhado para fazer interrogatórios. Ele estava sozinho com o Johnny na sala.
Um guarda abriu a porta e disse:
-O advogado dele chegou.
-Manda-o entrar disse o delegado.
Freddie entrou, estendeu a mão em direcção ao delegado, mas este ignorou-o, depois de algum tempo de braço estendido desistiu e dirigiu-se ao lugar que lhe era destinado.
-Que comece o interrogatório então.

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