sexta-feira, 30 de julho de 2010

palavras faltam-me

Não sei o que estou a fazer. Estava a tentar escrever um texto sobre não sei ao certo sobre o que era, mas cada linha tornava-se algo mais queixoso, mais amargo e mais "emo" se assim se puder chamar. No fundo tudo o que eu tenho a dizer é que não faço a mínima ideia do que ando a fazer, do que vou fazer, do que quero, e isso certamente não é bom. 

quarta-feira, 28 de julho de 2010

2- 5º parte

As luzes azuis e vermelhas iluminavam a estrada, uma fila interminável de carros esperava para que a estrada fosse reaberta. Os gritos e choro eram abafados pelo barulho dos motores. Os bombeiros tentaram por várias vezes reanima-lo, mas foi em vão. Estava morto, e agora já não lhe restava mais ninguém, a mãe morrera um ano atrás, agora o pai desaparecia mesmo à frente dos seus olhos, não tinha mais ninguém no mundo. Uma semana já tinha passado, passara esse tempo sozinha em casa enquanto os processos legais eram tratados pelas autoridades. Durante esse tempo a única companhia que tinha era do seu namorado que ia lá todos os dias. Ele tinha 17 anos tal como ela, o namoro já durava dois anos. Conheceram-se na escola, eram os dois da mesma turma, e tudo começou quando se juntaram para fazer um trabalho na aula de artes. Tiveram que passar muitas horas juntos, na casa de um e do outro e isso aproximou-os. Quando deram por si estavam juntos. Apesar de frequentarem uma das escolas menos problemáticas da cidade as coisas não eram fáceis por lá. Era uma escola pública, onde apenas aqueles que tinham menores possibilidades andavam, todos os alunos ricos estudavam em escolas privadas. Isso gerava uma espécie de rivalidade entre escolas privadas e públicas em termos de violência. Haviam muitas vezes confrontos entre os gangues das escolas publicas e os meninos ricos. Por isso dentro da escola pública todos eram muito indiferentes uns aos outros, se eras rico e estavas na escola publica a tua vida ia ser um inferno, se eras um aluno de classe média e não chamasses a atenção eras mais um, se levantasses alvoroço estavas feito. Ali a escola pertencia aos mais desfavorecidos. Ela encaixava-se naqueles alunos normais, que chamava o menos de atenção possível. Estava sempre sozinha, não tinha amigas, costumava estar sempre na biblioteca ou num canto a ouvir música. Ele fazia parte da turma de artes tal como ela, mas também fazia parte da equipa de basket da escola. Isso fazia com que fosse conhecido. Era das poucas actividades que tornava alguém "popular" ali. E por consequência também era mal visto por muitos.
-Estou aqui em baixo-disse-lhe ele por telemóvel- anda abrir a porta.
-Estas a brincar comigo? Entra, sabes bem que a porta esta aberta Mitch.
-Sim eu sei, mas queria ter a certeza que podia entrar. Não queria te apanhar na casa de banho. Sabes o que dizem sobre o namorado encontrar a rapariga ... tu sabes.
-Não sejas parvo, sobe. Já tinha saudades tuas.
Ela vivia numa casa nos subúrbios de Detroit, a zona mais pacífica dos subúrbios, mesmo assim o nível de criminalidade era elevado. Já tinham assaltado a casa dela três vezes desde que ela tinha nascido.Foi devido a essa criminalidade que a mão dela morreu, há um ano atrás viu-se no meio de uma perseguição que a policia estava a fazer a 4 indivíduos que dirigiam um carro roubado, tiros de metralhadora desses indivíduos atingiram o carro da mãe dela, acertando-lhe na cabeça. Foi morte imediata.
Vivia numa casa grande, não uma casa luxuosa, ou que chama-se a atenção. Era branca com telhado azul escuro, tinha dois andares, já não era uma casa mas estava bem conservada. Em frente tinha um pequeno jardim com duas árvores mais altas que a casa, o jardim parecia abandonado, nunca ninguém se dera ao trabalho de cuidar dele. Por trás da casa tinham um pequeno campo de basket, onde ela costumava jogar quando tinha tempo, e nos últimos dois anos também o Mitch lá costumava jogar. À volta do campo haviam várias árvores e arbustos onde ela costumava brincar quando criança, agora só ia para lá quando queria estar sozinha e pensar.O terreno da casa era limitado por um muro alto, que fazia a separação entre a casa dela e das casas que estavam à volta.
-Radiohead?
-Sim Mitch, não quero ouvir mais nada.
-Não queres ouvir a minha voz então ?
-Não sejas estúpido, é claro que quero.
-Já sabes o que vai acontecer ?
-Ainda não sei ao certo, como já não tenho parentes próximos provavelmente vão me mandar para o sistema, onde vou ter que ficar numa instituição até que alguém me queira adoptar. E como toda a gente quer uma adolescente novinha em folha em casa eu vou ser adoptada muito rápido.
-A tua ironia tem andado em alta nos últimos tempos, sem dúvida.
-Ainda existe outra hipótese, o meu padrinho que mora no centro da cidade.
-Tens um padrinho ?
-Claro, toda a gente tem um padrinho, pelo pouco que me lembro dele ele era altamente, mesmo simpático, eu adorava-o. Mas depois ele mudou-se para o centro e começou a vir aqui com muito pouca frequência. Vão entrar em contacto com ele, porque ele é a pessoa mais próxima que tenho, e se ele puder talvez vá ficar com ele.
-Isso quer dizer que vais sair daqui e ir para o centro ?
-Talvez, não sei. Mas é preferível ir para o centro daqui do que ir para outro estado, ou algo assim.
-É verdade. Agora vem aqui, que eu tenho saudades tuas.
-Eu também.
Passaram o dia no quarto, tal como faziam durante toda a semana. E desta vez ele passou lá a noite. Não queria deixa-la sozinha, tinha medo que algo pudesse acontecer.

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-Bem, foi isso que eles disseram nos interrogatórios como puderam ver. Tudo indica que ele possa estar ligado à morte dela, no entanto não temos provas concretas. Temos um motivo, e temos a presença dele no local do crime, mas isso não prova nada. Precisamos encontrar algo concreto.
Foi assim que começou a reunião da equipa que estava responsável por apurar as circunstâncias da morte de Susie Harter. A equipa era composta por 4 elementos principais para além do delegado Herikson que que comandava a equipa. Debra Linch, uma policia de 35 anos que auxiliava o agente Derek Jerl no trabalho de campo, ele já tinha 47 anos, e muita experiência na polícia, já tinha ajudado na apreensão de vários criminosos do topo do crime em Detroit, ela embora não estivesse na polícia há muito tempo tinha ganho visibilidade porque em campo era uma estratega nata, poucos  tinham capacidade para organizar buscas e reagir com sangue frio em situações críticas. A presença destes dois elementos foi muito contestada no início pelos superiores de Herikson uma vez que era um caso em que pareciam ser mais úteis agentes com experiência na área de homicídios individuais e não ligados a grandes grupos de crime organizado ou especialistas em intervenção no campo. Mas uma vez que Herikson sabia onde estava, e que em Detroit nada acontece por acaso, e que sempre coisas inesperadas podem vir à tona sabia que poderia ser útil para a equipa a presença de agentes como a Debra e o Derek. Já antes trabalhara com eles, e sabia que eram grandes profissionais.
O resto da equipa era composto por Lion Grant, que apesar de ter muito mau feitio caracterizava-se por ver evidencias onde mais ninguém as conseguia ver, era especialista em interrogatórios, conseguia manipular como ninguém, ele e Herikson eram uma das mais famosas duplas da policia, já há anos que trabalhavam juntos, e sempre foram bem sucedidos. O último elemento da equipa tinha sido escolhida pelo superior do Herikson, não foi bem escolhida mas sim recomendada.Rose Bartsk, era jovem tinha apenas 28 anos, entrara com sucesso na policia, tinha potencial e Herikson sabia disso, foi por isso que a aceitou na equipa.
-Porque havia ela de ter entrado no comboio e depois saído ? - disse Rose.
-Talvez nunca tenha entrado e ele esteja a mentir. Se ele realmente é culpado mentiu.- disse Derek.
-Ao dizer que ela entrou no comboio ele esta a afirmar que ou ela voltou a sair do comboio depois, ou que de facto fez a viagem e depois voltou...
-Parem, vamos não por a carroça à frente dos bois. Não vale a pena estarmos a fazer teorias e a pensar em hipóteses com o pouco material que temos em mãos. Primeiro temos que ter o que avaliar. Portanto vamos nos organizar. Rose, tu ficas encarregue de procurar tudo o que puderes sobre a Susie e sobre o Johnny e a Jenny. Todos os dados sobre eles são importante. Debra e Derek, vocês ficam encarregues de ir até à estação falar com todos os funcionários de lá, falar com a policia local para eles vos passarem a informação que tem. Depois disso quero que perguntem se existem gravações da estação e do comboio naquela altura e no caso de existirem quero que as mandem para o departamento dos gajos dos computadores para que eles analisem as imagens minuciosamente para tentarmos encontrar a Susie e o Johnny. Lion tu ficas comigo aqui na esquadra para os interrogatórios.
-Mãos à obra!

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-Bom dia.
-Bom dia.
-Queria falar com a Jenny Ferry ?
-Sou eu.
-Sou da assistência social. E tenho um assunto que diz respeito a Johnny Wester para tratar.
-Sim, estou a ouvir.
-O senhor Jonnhy tem uma afilhada, chamada Carolina, os pais dela morreram ambos e não lhe resta mais ninguém, o parente mais próximo dela é o senhor Johnny, e uma vez que ele encontra-se em suspeita de homicídio e preso eu falei com o advogado dele que me disse para falar consigo.
-Estou a ver, então a questão é se ele quer ou não ficar com a guarda dela ?
-Exacto, não sabemos se será dada uma vez que ele esta sob suspeita de um crime, mas como é uma suspeita não há certezas e nós tínhamos que informa-lo da situação.
-Eu ainda não lhe sei dar uma resposta, porque não posso responder a isso antes de falar com ele. E por enquanto não sei. Mas quando falar falo com ele sobre isso. Depois entramos em contacto.
-Claro. Obrigado pela disponibilidade.
-De nada.
Uma afilhada, que perdeu os pais. E agora logo nesta altura em que tudo está a desabar. - pensou ela quando fechou a porta. Ainda ia a meio da tarde, mas estava cansada, já não dormia em condições há dias. Levantou-se do sofá onde acabara de se sentar e foi para o quarto, fechou as janelas deitou-se na cama e dormiu.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

2- 4º Parte


-Antes de começar o interrogatório queria falar com o meu cliente a sós.
-Mariquices pá- reclamava o delegado.-fique lá a sós com o seu cliente. -dito isto, saiu da sala.
-Espero que os microfones estejam desligados, caso contrário são escutas ilegais- disse Freddie em tom de aviso.
-Então é assim,tens que responder às perguntas dele, e ele não te vai facilitar a vida. Fala o menos possível, com resposta de sim e não, qualquer coisa que disseres ele pode interpretar como quiser e meter na cabeça que és culpado. Percebeste ?
-Sim.
-Muito bem ! É assim que tens que responder. E tenta não te exaltar porque ele vai te provocar e muito. Já conheço o tipo.
-Ok.
Freddie levantou-se foi até à porta e comunicou que já estava pronto.
-Já podemos começar ?
-Sim, já podemos- disse Freddie.
O homem apesar da idade era muito ágil e rijo, e a sua voz era forte e empunha-se dentro do vazio que era aquela sala.
-Conhecia Susie Harter ?
-Sim.
-De onde a conhecia ?
-Foi minha colega na escola por muito tempo, e era minha vizinha.
-Como era a sua relação com ela?
-Normal.
-Normal ? Normal como ?
-Era normal.
-Eram amigos ?
-Sim, pode se dizer que sim.
-Então ela contava-lhe coisas da intimidade dela ?
-Não. Nunca foi muito uma mulher de palavras ela.
-Era uma mulher de actos ?
-Sim.
-Algum acto que o incomodou ?
Um frio correu por toda a sua espinha, uma gota de suor escorreu na testa. Ele sabia que ia ter que contar o que acontecera realmente há um ano atrás, quando a Susie raptou-a.
-Sim.
-Interessante, importa-se de dizer o que aconteceu ?
-Ela raptou a minha namorada.
Acabou de nos dar o caso-Motivo, ele tem o motivo para o fazer. Se ele continuar a dar-nos informações assim em breve vai estar atrás das grades- Pensava o delegado para si.
-Raptou a sua namorada ? Mas isso não tinha sido um homem a quem chamavam de O Gordo ?
-Sim, a mando da Susie.
-Então o que me está a dizer é que a Susie mandou raptar a sua namorada ?
-Sim.
-Muito bem, quando foi a ultima vez que a viu ?
Ele sabia que as coisas não estavam a ir nada bem, e pareciam estar a ficar cada vez piores. O Freddie disse-lhe ao ouvido que ele não tinha que responder. Ele não sabia o que fazer. Ficou calado.
-Não vais responder ?
Ele continuou em silencio.
-Eu vou ser sincero contigo, não tenho nada contra ti, tirando a parte que acredito que possas ter assassinado alguém. Para ti explicar o que aconteceu é o melhor que podes fazer, nós temos testemunhas que te viram no local onde o corpo foi encontrado na presença da Susie há um ano atrás, na mesma altura que ela desapareceu do mapa. Se preferires ficar calado eu deduzo que a matas-te e enterraste-a no meio do gelo. Já temos um motivo, a ligação à vitima, a presença no local do crime. O caso está bem construído.-Disse isto levantando-se e preparando-se para deixar a sala.
-Não! Espere, eu falo.
-Eu terei gosto em ouvi-lo. Na verdade não terei, mas tenho que ouvir.
-Eu levei a Susie à Estação de comboios, ela estava na minha casa naquela noite, e eu descobri que ela estava por trás do rapto. Levei-a à estação e mandei-a desaparecer, nunca mais a queria ver.Dei-lhe dinheiro, 500 dólares para ser mais preciso,afastei-me dela e certifiquei-me de que ela comprava um bilhete e entrava no comboio.
-Então esta a dizer-me que viu a miss Harter a entrar no comboio ?
-Sim.
-Porque não a entregou à policia ? Porque nunca disse nada sobre ela estar por trás de tudo ?
-Ela era minha amiga de longa data, pensei que se trata-se de ciúmes, não sei, achei que se ela desaparecesse do mapa era mais fácil.
-Muito bem, terminamos por aqui. Vai ter que permanecer aqui na esquadra.
Freddie só agora falara:
-Permanecer aqui ?
-Sim-disse o delegado- temos que falar com a senhora Jenny, e não pode haver contacto entre o senhor Johnny e ela.
-Percebo.

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-Passos, ela ouvia passos, estava apertada, não se conseguia mexer, angústia.-Quem está ai ?-perguntava com uma voz trémula e apavorada. Estava deitada na sua cama mas não se conseguia mexer, grande era o esforço mental, mas o corpo não respondia com um único movimento, incapacidade. Quem está ai ?- perguntava novamente, os passos estavam cada vez mais próximos. Foi com horror que olhando para o ombro, uma das poucas coisas que o seu campo de visão actual conseguia alcançar, viu sangue, sangue que saia dos vários pequenos orifícios provocados pela incisão de agulhas, horror. Quem está ai ?- foi a última vez que perguntou antes que uma luz a ofuscasse por completo.
-Larga-me ! Deixa-me em paz ! Vai embora !
-Calma, sou eu, a Natalie. O que se passa ?
-Larga-me !
-Calma.
-Natalie ?
-Sim, sou eu. Tem calma, está tudo bem. O que foi isso ?
-Foi só um pesadelo.
-Sentando-se na cama disse: Passei por aqui para ver como é que estavas.
-Estou bem, o Johnny está na esquadra, ainda não tenho noticias.
-Estás bem ? Estavas bastante assustada quando aqui cheguei. Já falas-te com o Glik ?
-Não, ainda não. Podias ser tu a avisa-lo ?
-Ok, eu aviso. Agora tenho que ir trabalhar. Mais logo passo aqui.-disse, dando-lhe um beijo na testa e passando a mão na cara. Tinha uma amiga de verdade, era estranho, nunca na vida tinha tido uma assim. O telefone começou a tocar.
-Jenny Ferry ?
-Sim, sou eu.
-Daqui é o  delegado Herikson, preciso que compareça na esquadra para interrogatório.
-E está a dizer-me isto por telefone ?
-Não gosto de perder tempo com formalidades inúteis.
-Muito bem,  quando e a que horas ?

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-Pai? Fala comigo ? Pai? Não me deixes, fala comigo.  Não, isso não é verdade, não pode ser verdade. Não me faças isso.- dizia enquanto chorava, gritava, batia em tudo à sua volta, revoltava-se e sentia-se mais fraca que nunca. Viu tudo o que acontecera, como o pai saíra do carro para ligar à ajuda na cabine de emergência da estrada, mas não chegou ao outro lado. Um carro, um mercedez que circulava em alta velocidade atropelara-o. Ela tinha visto o carro antes ainda saiu do carro e gritou- Pai ! Sai dai ! - mas já foi tarde demais. Os olhos dela ficaram paralisados, ela ficou paralisada. Sabia o que estava a ver mas não conseguia acreditar. Estava em negação. Saiu do carro e correu em direcção ao corpo ensanguentado do pai. Sabia que ele estava morto mas não o queria aceitar.
-Menina, desculpe, meu Deus o que e fui fazer- dizia o homem do mercedez, estava branco como uma parede, também ele estava em choque. -Vou ligar aos bombeiros, à policia. Não sei. Quer que ligue a alguem ?
Ele falava, mas ela não ouvia uma palavra. O seu mundo tinha desabado mesmo à frente dos seus olhos. Sem que ela o pudesse evitar. Sentia-se inútil, impotente. Triste e desesperada.

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-Onde estava no dia em que Susie Harter desapareceu ?
-No hospital.
-Sabia que o seu namorado estava com Susie e que a ia levar para a estação ?
-Não. Não sabia de nada.
-Está a dizer-me que ele lhe mentiu sobre o que aconteceu ?
-Não.
-Se ele não lhe mentiu como poderia você não saber que ele estava com ela ?
-Porque nunca falamos no assunto. Ou pelo menos nunca falamos muito. Pouco tempo depois perguntei por ela, e ele disse-me que estava tudo resolvido. Vi que ele não queria falar sobre isso, então nunca mais toquei no assunto.
-Porque acha que ele não queria falar nisso ?
-Porque era um assunto que o magoava. Eles eram muito amigos.
-Muito amigos ? Como assim ?
-Falavam muito. Não sei ao certo. Já se conheciam há muito tempo, e havia certas coisas que só eles percebiam.
-Sabe de algum motivo que o podia levar a matar a Susie Harter ?
-Não, não faço ideia. Para além do facto de ela estar por trás do meu rapto, não sei de nada. Eu e ele não falávamos muito sobre ela.
-Eles já foram namorados? o Johnny e Susie Harter ?
-Não sei novamente.
-Sabe se alguém tinha motivos para não gostar dela ?
-Para além de mim não. E como eu não a matei não ajuda nada.
-Acabamos. Vamos falar outra vez.
-O Johnny ?
-Ele vai ficar por aqui, em prisão preventiva.
-Posso vê-lo ?
-Infelizmente, por enquanto não.


quinta-feira, 22 de julho de 2010

Merda- Pointless

Pointless. A vida não faz sentido nenhum, mas que raio. Para que ? Qual é o objectivo ? Ser feliz ? E depois ? Não quero saber, é pointless, mas temos que a viver, por isso mais vale vive-la de acordo com o que acreditamos. Foda-se, no que é que acredito ? Em ser feliz, em viver cada dia de uma vez, sem um caminho definido,aberto para poder viver a vida, viver sendo livre sendo feliz. (mas espera, como posso eu ser livre se tenho que me relacionar com os outros, criar amizades e relações para poder ser feliz, é impossível ser feliz sozinho, e isso traz responsabilidade, dor, o contrário daquilo que queremos.) Parece que é impossível ser sempre feliz, mas isso não significa que a vida tenha que ser vivida toda de uma forma triste.
A vida é uma montanha-russa, uma roda gigante, com momentos altos momentos baixos, mas no final quando saímos de lá, a emoção que sentimos valeu a pena, toda aquela volta valeu a pena. Vamos deixar-nos levar pela vida como se de uma montanha russa se tratasse, com todos os medos, gritos, cabelos ao vento. Com aquele sentimento de liberdade, que é completamente ilusório uma vez que estamos bem presos.
Se tudo fosse assim tão simples.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Pois

Estava a ter um daqueles pesadelos mesmo estranhos, em que nada fazia grande sentido, e era tudo confuso.
A única diferença deste pesadelo e dos outros é que este não era um pesadelo.

domingo, 11 de julho de 2010

2- 3º Parte

Vou desistir dos inícios estranhos, com coisas estranhas a acontecer, sim porque isso só acontece mesmo em séries de comédia que passam na televisão na 2, é que nas séries cómicas não importa como mas há sempre um início mais estranho que o anterior. Quando pensamos que já tudo se viu, desde uma cabra na casa de banho como um pintainho e um pato irmãos a tomarem banho na banheira, pum, acontece sempre algo mais estranho. Mas eu vou fugir de inícios estranhos, primeiro porque isto não é uma série, embora também funcione por temporadas, e não passa na 2. Bem mas vou ao que interessa da forma mais normal possível.

-Querido não tem sido as melhores semanas da nossa vida ?
-Tem sim amor.
-Desde que me fizeste aquela surpresa as coisas estão a correr muito bem, como vai a gravação daquele tal cd que dizes que vai te levar à fama finalmente ?
-Vai bem, aquela banda é a melhor que já tive lá.
(Secante --' a nossa vida é secante, e é por isso que precisamos daquelas partes fora do normal, acho que é isso)
-Quando é que vais desistir dessa aposta amor ?
-Não vou desistir.
-Tu já estás ai de cabeça para baixo pendurado no tecto há 15 horas, daqui a nada estás morto. Desce daí.
-Já só faltam cinco horas.
Como é que isto começou ? Como sempre começa, num café.
-Estás a ver aquela loira ali? Aquela já é minha.
-HAHA, claro Glik, só isso e o pai natal tem barba azul.
-Eu até te digo mais, eu consigo ficar com a loira e com aquela morena que está ali.
-Mais depressa eu fico 20 horas de cabeça para baixo do que tu comes aquelas duas.
-Vamos apostar ?
-Apostado.

-Tens noção que isso foi a aposta mais estúpida que já fizeste até hoje?
-Hmmm, tenho, mas eu vou ganhar.
-Espera aí,tenho que ir comprar umas coisas.
-Eu espero, ou achas que vou sair daqui ?
-Cala-te parvo, já venho.
-Tu dizes para eu esperar aqui vendo a minha situação e eu é que sou parvo ?

Ela foi até ao quarto, pegou num casaco e na sua bolsa verde onde tinha o dinheiro. Apressada saiu de casa e dirigiu-se até a uma superfície comercial que havia no fundo da rua. Quando estava a ir reparou que dois carros da polícia passaram mas não era nada que não costumasse acontecer nos dias normais.
Enquanto isso no apartamento:
-knock.knock.knock.
-Óptimo, agora estão a bater à porta- Com esforço gritou: - Quem é ?
-A policia.
-A policia ? Ok, chegaram.- Entrem !- gritou outra vez ele com esforço.
-Onde está?
-Na sala, não tem que disparar nem nada, só que estou meio que preso.
O polícia foi até à sala, olhou para ele e disse:
-Senhor Johnny Wester vou lhe pedir que me acompanhe à esquadra para ser interrogado sobre a morte de Susie Harter.
-Eu teria todo gosto em acompanha-lo mas preciso de ajuda para sair daqui se não se importasse de me ajudar.
O polícia tirou-o do sitio onde ele estava pendurado e levou-o. Ao sair do prédio deu de caras com ela.
-Vai ficar tudo bem amor.
-Mas o que se passa aqui ? Johnny?
Foi a última coisa que ela ouviu dele antes de ele ir embora. Ela não estava a perceber o que estava a acontecer. Ficara em choque, o Johnny tinha sido preso, assim mesmo à frente dos seus olhos, e ela nem sabia o porque. Ainda estava gelada, ficou gelada logo que o viu a entrar naquele carro. O que poderia ele ter feito ? Subiu para o apartamento para pousar o que tinha comprado. Teve dificuldades em cair em si, até que o telefone tocou.
-Liga a televisão !
-O que se passa, não é a altura certa Natalie.
-Acredita em mim, liga a televisão.
-Eu vou ligar, agora tenho que desligar, adeus.
A Natalie ficou do outro lado, a pensar o que se passara com ela, devia estar a ter um dia mau, só isso. Ela sentou-se, pegou no comando, e ligou a televisão. Estava incrédula, não conseguia acreditar no que estava a ver à sua frente. Agora já fazia sentido.
-Mulher caucasiana de 27 anos foi encontrada morta ontem ao final da tarde, foi encontrada por dois adolescentes que estavam perto de uma das estações de comboios de Detroit no estado de Michigan. Encontraram o corpo no meio da neve. Acredita-se que se trata de Susie Harter, embora esta informação não tenha sido confirmada pela polícia que não quis adiantar mais nada sobre o caso.

Ela desligou a televisão. Encostou-se para trás no sofá. As palavras dEle ecoavam na cabeça dela: " A Susie ...eu tratei dela". "A Susie... eu tratei dela..". Ecoavam vez sem conta e não pareciam querer parar. Ela não acreditava que ele fosse capaz de tal coisa... mas... será? Ela não sabia o que pensar, se ele lhe dissesse que não fez nada ela acreditaria plenamente nas palavras dele, mas ele nunca disse que não fez nada, aliás eles nunca chegaram a falar sobre o assunto, e agora ele estava na esquadra e a Susie tinha sido encontrada morta. Será que ele realmente a tinha matado ? Não pode ser...." A Susie... Eu tratei dela".

Foram 15 minutos de viagem até à esquadra. Estavam à porta da esquadra uns tantos jornalistas que ficaram a saber que Johnny iria para ali.
-Isto é por causa da morte de Susie Harter ?
-Susie Harter foi assassinada ? É esse homem o assassino ?
Estas eram algumas das perguntas dos jornalistas que ali se encontravam.Ele parecia estar bem psicologicamente, não parecia sequer nervoso. Já estava dentro da esquadrada.
-Agora esperas aqui até ao Delegado querer falar contigo.
-Tenho que telefonar ao meu advogado.
-Fala com a senhora que está ali naquele balcão e pede-lhe para ligar. Deves estar bem enterrado para querer já um advogado.
Ele não respondeu à provocação, apenas agradeceu a informação.
-Desculpe, um guarda chamado Julian disse-me para eu vir aqui para ligar ao meu advogado.
-Isto não é nenhuma cabine telefónica sabe.
-Foi o guarda que me disse.
-Ok, ligue lá.
Enquanto ele ligava a senhora disparatava a insultava o guarda Julian, por estar sempre a mandar as coisas para cima dela.
-Freddie ?
-Sim Johnny.
-Preciso que venhas à esquadra. Estou aqui. Por causa daquilo da Susie que eu tinha te contado.
-Óh raio. Eu já vou para aí. Não fales com ninguém antes que eu chegue ai ouviste?
-Sim, eu sei. Não te preocupes.
Quando virou as costas tinha o delegado mesmo atrás dele.
-Johnny Wester ?
-Sim , sou eu.
-Vem comigo, tenho algumas perguntas para te fazer.
-Estou à espera do meu advogado.
-Então é porque és culpado. Muito bem.
Ele não respondeu, sabia que ele só estava a provoca-lo.
-Não falas, és um cão bem treinado. Vamos ver por quanto tempo estás assim tão tranquilo. Vais ir a baixo.
Ele continuou sem responder.
-Já vi que não vais dizer palavra. Vamos para a sala de interrogatório, mas só começamos quando o teu advogado chegar.
Ele acenou com a cabeça. Aquele lugar era arrepiante, tinha em um dos lados um grande vidro que não deixava ver para o outro lado, mas era certo que quem estivesse do outro lado conseguia ver para ali. A temperatura era amena, devia rondar os 23ºC, as cores eram sóbrias, era uma sala no seu todo escura, com excepção da mesa onde havia o interrogatório propriamente dito, que era iluminada por uma lâmpada de alta intensidade. Em cima da mesa estavam 3 copos de água, e uma garrafa também de água ainda cheia.
O delegado tinha um aspecto desgastado, parecia que a vida o amargurara pela forma como falava com toda a gente ao seu redor. Era magro, muito magro, o formato de alguns dos ossos da sua cara era claramente visível. Os olhos eram negros, muito negros e estavam enterrados bem para dentro da sua cara, o que os fazia ter um aspecto ainda menos do que realmente eram. Devia ter por volta dos 50 anos, mas parecia ter pelo menos 60, o seu cabelo era quase todo branco, pelo menos o cabelo que lhe restava. A cara estava toda coberta por barba, branca e rala.Era sem dúvida um tipo assustador. Pelo menos no aspecto parecia um tipo talhado para fazer interrogatórios. Ele estava sozinho com o Johnny na sala.
Um guarda abriu a porta e disse:
-O advogado dele chegou.
-Manda-o entrar disse o delegado.
Freddie entrou, estendeu a mão em direcção ao delegado, mas este ignorou-o, depois de algum tempo de braço estendido desistiu e dirigiu-se ao lugar que lhe era destinado.
-Que comece o interrogatório então.

2- 2º parte

Pi-Pi-Pi-Pi-Pi 
Eram nove da manhã, acordara com o despertador. A cabeça estava a latejar, pelos vistos depois de adormecer não acordara outra vez, estava muito cansada. Olhou para o lado e viu que ele não estava lá, mas percebeu que tinha ido dormir. Estava confusa, o sono acalmara a dor mas ao acordar e ao lembrar o que estava a acontecer tudo voltou. Desejou não ter acordado. Voltara a confiar em outra pessoa e entregar-se por completo. Tinha tentado ficar longe dEle, mas não conseguia, parecia que voltar para ela tinha sido um erro. Levantou-se da cama, foi à cozinha onde encheu um copo com água, depois foi à casa de banho onde abriu o armário e de lá tirou um frasco de comprimidos para a dor de cabeça, tomou dois. Despiu-se vagarosamente, e meteu-se debaixo debaixo da água como que tendo a esperança que aquela água leva-se os problemas com ela. 

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Eram 7 e meia da manhã e já há meia hora que o sono já era parte do passado, resolveu então levantar-se e sair. Tentando não acorda-la foi com todo cuidado que tirou as calças de ganga do armário e uma t.shirt azul escura que comprara por causa da frase que tinha escrita:"If something's hard to do, then it's not worth doing", vestiu-se na sala, antes ainda de sair deixou-lhe um pequeno recado na cozinha a explicar que hoje ia ter que passar o dia fora, e comeu um pão barrado com manteiga e um copo de leite. Foi o suficiente para sentir-se satisfeito.Pegou no casaco que deixara na noite anterior em cima do sofá e saiu. 
Passara a hora seguinte toda a conduzir de um lado para o outro, meio perdido, estava nervoso.- Já deve estar acordada a esta hora, vou lhe ligar. 


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Precisava se distrair, sair de casa, não queira ficar ali a chorar rios de lágrimas. Quem é a pessoa perfeita para me distrair ? Natalie.
-Natalie, o que vais fazer hoje à tarde ?
-Hmm, estou a pensar matar mais um dos homens que tenho presos na cave e comer o coração de um deles. Porque ?
-Sempre tão engraçada tu, porque eu queria sair. 
-Então vamos sair. Vamos ver aquele filme que saiu, aquele que toda a gente diz que é hilariante. 
-Parece-me bem, nada melhor que uma comédia amorosa para me animar. 
E que grande comédia amorosa que foi, foi tão mas tão engraçada que Ela saiu de lá a chorar de tanto... ora bem, era a chorar mesmo de tristeza. 
-Como é que podes ter ficado triste com este filme ? 
-Não sei, ok ?
-Não está aqui quem falou. Agora vamos a um club de strip. 
-o que ? 
-Anda lá, vais ficar animada. Ver umas gajas boas a abanarem-se é a actividade perfeita para ficarmos felizes. 
-Até pareces um homem a falar, ou uma lésbica. 
-Sabes bem que eu sou bi amor.
-Mas já agora, onde estás a pensar encontrar um clube de strip aberto a esta hora ?
-Eu sei de um fantástico. Vamos !
-Vamos lá. 
Pegaram a estrada, e andaram uma hora, duas horas, e Ela começava a ficar impaciente. 
-Ainda falta assim tanto para chegar ?
-É preciso termos calma.Queres ver ? Chegamos !
-Chegamos ? Mas eu achava que íamos a um clube de strip não a um parque de diversões. 
-Pensavas mal minha cara, anda. 
-O que raio estás tu a pensar ?
-Não compliques e vem. 
Ela foi, a Natalie ia à sua frente, e como estavam de mãos dadas puxava-a a toda a força, mais um pouco e levava-a arrasto. Entraram dentro de uma tenda, cujo o nome era "O matador", e por incrível que pareça aquilo era realmente um clube de strip,mesmo ali dentro de um parque de diversões. 
-Consegues sempre surpreender-me não é Natalie ?
-O que posso fazer? É um dos meus dons. Vamos para aquela mesa mesmo à frente do palco.
-Não sabia que era um bar de strip masculino !
-Mais uma surpresa.
-És mesmo boa a fazer surpresas, hmm aquele gajo é mesmo bom!
-Traseiro mana, olha aquele cu.
-Eu estou a olhar, podes crer que estou. 
Estiveram ali algum tempo, viram stripers de todos os tamanhos, feitios enfim grande variedade. Até que...
-Eu já vi aquelas pernas em algum lado !
-Já ? Estas doida. 
-E também já vi aquele cu, e aqueles braços... É ele ?
-Ele quem ? 
-Ele ele , 
-Não pode !
Mas podia, ele estava de facto ali no palco, a fazer um strip mesmo à frente dela. E sabem o que é mais surpreendente ? Ele tinha jeito para a coisa. Tinha entrado em palco com boxers com um tecido a imitar tigre, e um capacete dos soldados da Guerra das Estrelas na cabeça. Primeiro tirou os boxers, e de seguida lá foi o capacete pelo ar. Épico ! Já depois do grande show. 
-O que pensas que estás a fazer ? 
-Estou a fazer strip ? 
-És mesmo um animal !
-Anda comigo. Vamos andar na roda gigante !
-Eu odeio essas coisas !
-Vais ter que deixar de odiar. Anda. 
Ela foi, achou estranho que só eles estivessem ali na roda, aliás tudo ali era estranho. 
-Podes me dizer do que se trata tudo isto ? 
-Ainda não. - Disse ele tirando uma garrafa de vinho e copos sabe Deus de onde. Começou-se a ouvir música:"First Day Of My Life- Bright Eyes, ela continuava sem conseguir perceber de onde vinham as coisas. Quando eles chegaram à parte mais alta da roda gigante esta parou, e as pessoas que estavam lá em baixo juntaram-se todas e gritavam: "Ele ama-te, ele ama-te". De seguida um balão de ar quente ficou completamente iluminado, e ele estava uma faixa que dizia: Eu Amo-te. 
-O que é isto ? 
-É a tua surpresa de aniversário, o que mais podia ser ?
-Eu fiz aniversário ontem. 
-Eu sei, e é por isso que é uma surpresa. Qual era o objectivo de te fazer uma surpresa ontem se já estavas à espera que eu fizesse ? Não seria uma surpresa se pensares bem. 
-És mesmo estúpido sabias ?
-Sim sabia, mas amo-te.
-Por mais estúpido que sejas eu também te amo. A Natalie sabia disto tudo ?
-Não, eu hoje liguei-lhe e disse-lhe que precisava que te trouxe-se aqui e disse-lhe para te levar até aquela tenda do strip. Mas do resto ela não sabia. 
-E a desgraçada não me disse nada. Mas e aquela Isabel ?
-O que tem a Isabel ?
-Eu achava que andavas enrolado com ela. 
-E andava, muito enrolado.
-Para de gozar comigo !
-Pronto, ela é amiga do dono deste parque e é minha amiga, tive que estar com ela nos últimos dias porque ela ajudou-me a organizar isto tudo. 
-E eu a pensar coisas...
-Devias confiar mais em mim...Olha uma estrela cadente! Pede um desejo. 
-É mais uma das tuas surpresa a estrela ? És mesmo poderoso.
-Pede um desejo, ahaha é claro que é uma das minhas surpresas. 
-Já agora, estiveste muito bem no palco de strip, quero uma lapdance um dia destes. 
As pessoas lá em baixo começaram a ir embora, as luzes do balão apagaram-se, a música parou, mas eles continuaram ali, só falando e trocando caricias. 
-Se me fazes chorar outra vez nem sei o que te faço !
-Foi por uma boa causa, não estas feliz agora ?
-Estou, muito. Sabes, amo-te
-Também te amo. 

sábado, 10 de julho de 2010

Season 2 - 1º Parte

-O que está a fazer um homem vestido de coelho na casa de banho ? 
-Um coelho na casa de banho ? 
-Sim, está um coelho gigante sentado na nossa sanita. 
-Deixa-me ver !
Ele desloca-se até à casa de banho, e lá estava ! 
-Esta um homem vestido de coelho na nossa casa de banho !
-Foi o que eu te disse óh atrasado. 
-Óh bichano ? Bichano ?
-É um homem seu atrasado, porque é que estas a chama-lo como se fosse um animal ?
-Se não queres ajudar não atrapalhes ! E além disse quem disse que é um ele e não uma ela ?
-Não está aqui quem falou, mas tira-me essa coisa da casa de banho ! 
-Ouve lá! O que estás aqui a fazer ? 
O coelho levanta-se fecha a porta e tira a cabeça de coelho. 
-Patrão !
- Glik ? O que tás aqui a fazer ?
-É uma longa história patrão. 
-Eu tenho tempo para ouvir, se não te importares gostava era de tomar banho enquanto contas. 
-Não, claro, está à vontade. Posso começar ?
-Força !
-Então é assim, foi mais ou menos a uma semana atrás quando eu estava a sair do teu apartamento que eu passei pela tua vizinha, e como ela era boa, mas voltando ao que importa, eu vi-a e pronto, mandei-lhe o meu charme, fiz-lhe aquele meu olhar matador, aquele sorriso...
-HAHA, sabes que isso não resulta não sabes ?
-Nãoe resulta, então repara no que ela me disse: Bonito sorriso, vemo-nos por ai ? 
-Ela disse-te isso ? ahaha que paródia, devia estar a gozar com a tua cara !
-Cala-te e ouve ! Então eu disse que sim, e segui o meu rumo. Dois dias depois estava eu muito tranquilo a vir para o teu apartamento novamente, e quando passei pela frente da casa dela a porta estava aberta e eu ouvi uma voz: -Entra.- É claro que eu entrei, nem pensei duas vezes, fechei a porta e segui a voz , chego ao quarto dela e ela estava à minha espera com algemas e vendas,BANG! Meu amigo ela sabe o que faz. Mas continuando, isto continuou nos dias seguintes....
-E como é que raio isso esta ligado com o facto de estares aqui vestido de coelho ?
-Mas tu deixas-me acabar? Então, ontem ela disse que queria que eu hoje fosse lá logo de manha, porque ela tinha uma coisa especial. Tipo ela tem queda para usar brinquedos e coisas não muito comuns, mas hoje eu entro lá e ela diz-me: "Veste este fato de coelho"- eu vesti logo, parece que ela tinha uma fantasia qualquer com coelhos, mas depois ela disse-me o seguinte: " Eu gosto de animais feridos, portanto primeiro vais entrar para esta gaiola e eu vou te dar choques eléctricos depois vamos para a cama". Eu comecei a correr dali para fora, ela tinha um taser na mão. Eu sai dali e a primeira coisa que me passou pela cabeça foi meter-me aqui na tua casa, ela ainda veio atrás de mim, e andou a dar pontapés à tua porta, eu com medo que ela entra-se meti-me na casa de banho. Parei de ouvir barulhos durante um bocado, até que alguém abriu a porta, eu pensei que tinha sido ela, mas depois ouvi-te a falar. 
-Tu metes-te em cada uma. Agora já podes sair daqui para fora !
-E se a doida da tua vizinha vê-me ? 
-Corres. 
-Ola Glik, disse-lhe Ela, porque estavas vestido de coelho ?
-Coisas da vida, agora vou-me.


-Parece que temos uma vizinha com sérios problemas com fantasias sexuais !
-Não me digas ? Conta-me. 
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  Dia 24 de Dezembro. 


-Oh, jingle bells, jingle bells
Jingle all the way
Oh, what fun it is to ride
In a one horse open sleigh
Jingle bells.....

-És capaz de parar de cantar isso ? --'
-Querida por ti eu paro. (5 minutos depois)
-We wish you a merry Christmas
We wish you a merry Christmas
We wish you a merry Christmas

-Para pelo amor de Deus !
-Óh amor, aqui estamos nós no carro, a andar por entre as ruas iluminada, a decoração natalícia, cheira a Natal por todo o lado. Não percebo porque estás assim ?
-Não estou assim, só não estou com disposição para essas coisas. 
-Ok,ok, já percebi. 
-Mas e em casa ? Vai haver festa hmmmm?
(E vem uma daquelas cenas típicas de filme em que ele fica a olhar para ela como quem diz : Quando chegarmos a casa quero por em prática todas as posições do kamasutra que conhecemos, se possível todas de uma vez, e ela responde com aquele olhar matador de quem diz: óh querido, és tão fofinho. CARALHO não vês que eu estou com dor de cabeça? Vai comprar uma boneca insuflável que hoje de mim não ganhas nada, e se perguntas outra vez podes crer que acabas por dormir no sofá, (a vida de homem é difícil).Claro depois ele fica com aquele olhar de cão abandonado, mas nada, nem efeito, parece que esta a apelar a uma parede de pedra.Mas continuando...)
-Ok amor, casa e cama, já percebi- dizia ele enquanto conduzia. 

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Dia 25

-Não, Natalie,nada, parece que ele simplesmente se esqueceu ou algo assim. Está na cama a dormir. 
-Isso  é .... é muito estranho pelo que me contas-te. Não faz sentido nenhum. 
-Eu não sei o que se passa, todos os anos ele fazia uma festa, só faltava venerar-me e este ano nada. Será que ele já não gosta de mim ?
-Não tem nada a ver com isso, vais ver que ele ainda vai preparar uma super-surpresa. 
-Duvido muito, mas espero que tenhas razão. Agora tenho que desligar. Até logo. 
-Até logo, e fica calma. 
( A Natalie, ora bem, ela é esta amiga dEla, a melhor amiga, conheceram-se no hospital, uns meses atrás e começaram a entender-se muito bem e a sair juntas, e coisa puxa coisa quando foram a ver eram melhores amigas. É baixa, por volta de um metro e sessenta, cabelos longos e ondulados, não é daquelas pessoas que chama logo a atenção quanto à sua beleza física, mas é agradável aos olhos. Até onde Ela sabia a Natalie teve no passado uma relação muito complicada da qual ela nunca fala.Estranha não é a melhor palavra para a descrever. É peculiar. )
-Levanta-te animal !
-Hmm, amor, bom dia. 
-Amor o raio! Sai da cama atrasado.
-O que se passa ?
-O que se passa ? Eu vou ter que responder a isso ?
-Ahhh, pois é. Hoje fazes anos. Parabéns amor. 
-És mesmo um imprestável- Dito isto apressou-se a sair do quarto antes que lhe desse um murro na cara. 
-Eu tenho uma surpresa para ti se é que ainda me estas a ouvir. 
Ela abre volta para trás. -Uma surpresa ? O que é ?
-Acho que não é suposto saberes, senão deixava de fazer sentido chamar-se surpresa. Estou enganado ?
-Ok,ok. Weeee- De repente tudo mudara, ela estava feliz e aos saltinhos. Tinha uma surpresa !

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-Mas, mas, mas ! O que é isto ?
-É uma caixa de chocolates ?
-Uma caixa de chocolates ? Está é a tua surpresa seu imprestável?
-Acho que sim ?
(estão a ver aquele olhar de:" EU VOU MATAR-TE !" ? Esse foi um dos vários olhares que fez. É escusado dizer que a seguir chocolates voaram pelo apartamento. Enquanto atirava os chocolates ouviam-se frases como : 
-Chocolates ? Eu dou-te os chocolates! ( e lá voavam dois ou três)
-Não desperdices amor que foram caros...
-Caros ? O que vai ficar caro vão ser as operações que vais ter que fazer depois do que eu vou fazer à tua cara! (e mais chocolates voavam.)
-Vamos ter calma. Por favor, pousa os chocolates amor. Que isso foi mesmo caro.
-Cala-te ! 
Isto continuou por uns bons minutos até que ele saiu do apartamento. 
-Amor, eu volto quando estiveres mais tranquila. 

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 Algumas horas e uns 100 lenços de papel depois: 
-São dez horas da noite, ele hoje já não vai voltar. Ele já não gosta de mim Natalie. 
-Tem calma amor, ele vai voltar sim, e é claro que ele te ama, alguma coisa estranha está a acontecer. 
-Ele já está assim estranho comigo há algum tempo. Será que tem alguma coisa a ver com aquela Isabel ?
-Com a Isabel ? Porque teria alguma coisa a ver com ela ? 
-Porque eles agora passam montes de horas a trabalhar juntos. Não duvidava nada que ele agora estivesse com ela. 
-Não sejas paranóica. 
-Vou tentar dormir. Obrigado por me aturares. Boa noite. 
-Boa noite. 

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-Não sejas assim Isabel. Estou preocupado com ela. Achas que devia ir para casa ?
-Para casa ? Já esta a ficar tarde, porque não dormes por aqui mesmo?
-Não, eu não a vou deixar sozinha, vou para lá. 
-Eu acho perigoso andares a conduzir por ai a esta hora, esta zona da cidade não é a mais segura. 
-Não me importo. Então amanha fica esta combinado ?
-Sim, aquela hora e naquele sitio. 
-Vemo-nos amanha então. Boa noite. 
-Boa noite. 

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Eram 2 da manhã e Ele ainda não tinha chegado, a almofada estava molhada devido ás lágrimas.
-Porque é que ele me esta a fazer isto ? Porque ? Não consigo perceber. 
Pouco tempo depois o cansaço finalmente fez com que ela adormecesse. Adormeceu talvez quinze minutos antes de ele chegar. Viu na sala o monte de lenços, sentiu-se culpado por o que estava a fazer. Nunca antes tinha sido assim com ela, nunca pensará o ser. Entrou no quarto e deu-lhe um beijo na face, notou que a almofada estava molhada então com cuidadosamente levantou a cabeça dela e trocou a almofada dele pela dela. Meteu-se na cama a olhar para o tecto, a consciência não o deixava dormir. Ela virou-se e isso assustou-o, achou melhor mudar de posição e fingir que dormia, foi o que fez e rapidamente adormeceu. 

quinta-feira, 8 de julho de 2010

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-Damn Carlos, o que pensas que estas a fazer ? Sabes bem o que devias estar a fazer não sabes ?
-Cala-te! Eu sei.... Porque é que me fazes sentir assim ?
-É o meu papel neste mundo meu caro, sirvo para te chatear durante todas as horas do dia.
-F***************e . Parece que tenho mesmo que ir estudar, se eu não for não me vais largar pois não ?
-Não, não te vou deixar em paz nem por um segundo.
-Ok.

E é assim que todos os dias a minha consciência ganha contra mim. -.- Patético ? Sim pode dizer-se que é patético. Porque neste exacto momento que eu estou aqui a escrever ela está a zumbir-me ao ouvido:
-Vai estudar, vais ter má nota. Vais te enterrar. vai estudar.

Mas ao fim do dia ainda há mais uma força armada que se junta à consciência. Chama-se sentimento de culpa. O sentimento de culpa. -.- Ele é horrível, e em todos os fins do dia em que não estudamos ele ataca.
-Deixas-te para fazer na segunda fase para teres mais tempo para estudar e ter melhor nota. Incrível como não tens feito nada disso. E sabes de quem é a culpa ?É tua Carlos, que és preguiçoso. E quando tiveres o exame à tua frente e não souberes fazer nada, o que vais fazer nessa altura ?

Também o sentimento de culpa tem ganho a batalha contra mim, e é por isso que eu vou estudar .

segunda-feira, 5 de julho de 2010

10º Parte- Ai Que Dói.

-Para ! Já! Sai da beira dela !
-Senão ?
-Senão ficas com buraco na testa.
-HAHA, tens piada miúdo.
-PUM!
-Desta vez foi perto, na próxima acerto-te cretino!
-Ok Eu saio, mas não atires.
-Glik, amarra-o e chama a policia. Foi a correr até onde Ela estava, desatou-a e tirou-a dali, tomando-a em seus braços- O que te fizeram amor ?- Passava a mão na cara dela limpando as lágrimas. Foi uma questão de tempo até ela desmaiar, antes só conseguiu dizer um Amo-te sussurrado. Meia hora depois já os policias e ambulâncias tinham chegado ao local.
-Que noite Glik.
-Agora já esta tudo bem pelo menos. O que vais fazer à Susie ?
-Ainda não sei. Mas isso logo se vê. Devias ir para casa descansar. O dia foi longo.
-Ok chefe. Eu vou.

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15 dias se tinham passado, Ela estava a sair do hospital, não que não estivesse bem antes mas os médicos acharam que deviam mante-la lá por mais algum tempo. 
-Vens para a minha casa amor, para eu poder cuidar de ti
-HAHA, tu mal consegues cuidar de ti, mas eu vou para a tua casa. 
-Obrigado, quer dizer eu salvo-te e tu ainda dizes que eu não sei cuidar de ti ?
-Isso foi um acontecimento isolado e que não se vai repetir.
-Eu espero bem que não se repita. Mas agora, dá-me um beijo !
-Vais ter que me apanhar antes. -Dizia ela com aquele grande sorriso na cara que ele tanto amava. Pareciam dois adolescentes que tinham acabado de descobrir o que é amar. 
-Tlim, pronto, já chegamos, hmmm achas que ainda tens alguma energia ?-O olhar dele só queria dizer uma coisa. 
-Não sei não, eu devia ficar de repouso lembras-te?
-Acho que a nossa actividade não vai prejudicar ninguém. 
É escusado dizer que foram para o quarto, para a cama, e foram felizes ? Foram muito. 


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-É verdade, o que aconteceu enquanto eu estive no hospital ?
-Bem, por onde queres que eu comece ? 
-Pelo principio acho eu. 
-Faz sentido- disse ele batendo-lhe com a almofada na cara.- Então é assim. Vou começar pelo Gordo. Ele foi preso logo depois da policia ter chegado, pelos vistos ele era procurado por uma grande diversidade de crimes. 
-Quem diria ? 
-Espera que ainda não acabou. Ele foi para uma prisão de alta segurança, e ao que parece o companheiro de cela era um tanto ao quanto estranho. 
-Porque dizes isso ?
-Ouve só: 
-Este é o teu novo companheiro de cela, espero que gostes- disse o guarda com uma cara de gozo.- Ele foi preso por torturar uma pobre rapariga, divirtam-se. 
-Eu sou o Guilhermo, prazer . 
-Mais mexicano para me foder o juízo. 
-Ouvi dizer que cortaram-te a pila, posso ver ? 
-Vai te foder mexicano !
-Resposta errada. (O Guilhermo era meio grande, 1 metro e 95, 150 quilos. Era um peso pesado). Ele pegou na cabeça do Gordo e espetou-a contra as grades, e continuou a pressionar contra as grades. 
-Vais me mostrar a tua merda de pila ou não ?
-Ok, eu mostro- disse o gordo com dificuldade. 
-Vamos lá ver o que tens ai-ele olhou para a pila com especial interesse, e baixou-se para ficar ao mesmo nível dela. 
-Já chega !
-Quem aqui diz quando chega ou não sou eu !- Dito isto meteu a mão na pila e arrancou-a, sem dó nem piedade. -Isto é por teres torturado uma pobre rapariga seu cabrão! Guardas, este imbecil prendou a pila nas grades e arrancou-a fora ! Venham aqui. 


-Nhéca que horror. Ele mereceu aquilo ! Só não gosto quando me tratam de pobre rapariga. 
-Óh, não faças essa carinha triste. Olha o Glik, ele é que se saiu bem, agora tem montes de miúdas atrás dele, desde que apareceu na televisão a contar o que se tinha passado. 
-Ele merece, é um bom rapaz ! Mas afinal, como é que vocês me descobriram ? 
Ele contou toda a história pormenor por pormenor. Ocultou a parte da surpresa porque ainda tinha que descobrir como lhe ia contar que ela já não estava no mesmo apartamento mas sim num que ele lhe comprou. 
-Mas, então tu arriscas-te a vida do pai dela ?
-Não, nunca. Nós falamos com as enfermeiras e com o Mr. Harter, e eles concordaram em ajudar, se ela não tivesse dito onde estavas o Glik iria apenas fingir dar mais morfina ao Harter, e as máquinas iriam começar a dizer que ele estava morto, mas isso seria porque as enfermeiras iam controla-las para que assim parecesse. 
-Muito bem ! Eu sempre soube que não irias prejudicar um inocente! Mas e Susie ?
-A Susie... eu tratei dela ....
-Tratas-te dela ?
-Sim tratei, não te preocupes, confias em mim não confias ?
-Sim confio, mas...
-Mas nada... vamos dormir e esquecer isto tudo. Amo-te
-Também te amo. 


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-Estava a nevar lá fora, ela tinha acordado sozinha no seu apartamento, estava confusa. Levantou-se preparou o seu pequeno almoço, cereais, leite, e uma maça. Tinha que ir para o hospital, já estava a ficar atrasada, não teve tempo sequer para o seu duche matinal. 
-Bom dia ! - Disse rapidamente à entrada, foi até à sala das enfermeiras mudar de roupa, e começou e serviço. 
Já era de tarde, o seu turno estava quase a terminar quando o seu telemóvel tocou:
-Sim ?
-É o Glik, Ele levou um tiro está gravemente ferido !
-Onde ele está ? 
-Está no meu prédio, no terraço. 
-Eu vou já para ai !
Ela pegou num casaco e tudo o que precisava para tratar um ferimento de bala. Saiu a correr, "atropelando" as pessoas que se atravessam no seu caminho. Dez minutos depois chegou ao terraço do Glik, estava com dificuldades para o encontrar, até que ele chamou:
-Estou aqui !
-Já vou, aguenta-te, onde está o Glik? Onde é que estas ferido ?
-A verdade é que eu não estou ferido, Olha para baixo. 
Haviam vários carros a movimentar-se até que a imagem estava formada, no meio da escuridão havia um grande: AMO-TE. -Isto é uma surpresa para ti. - No céu vários fogos de artifício rebentando. -Tenho aqui vinho- pegou numa taça para ela, e uma para ele, e deu-lhe a taça. Um segundo depois tinha o vinho todo a escorrer pela cara. 
-És verdadeiramente estúpido ! Odeio-te, nunca mais te quero ver outra vez! Não fazes noção de como eu fiquei preocupada quando o Glik me ligou, e afinal era tudo um plano ! És um monstro ! 
-Só ficas-te assim preocupada porque me amas, tens que admitir, não vás embora. 
-Eu odeio-te, se sentia alguma coisa por ti, agora acabou. Nunca mais te quero ver !
Saiu dali a chorar, a correr, ele seguiu-a. Foi o mais depressa que podia para casa. 
-Odeio-o com todas as minhas forças- dizia enquanto rodava a chave de casa.- Onde é que esta a minha mobilia ? Fantástico agora fui assaltada ! Era só o que me faltava. -Foi nesse momento que viu a carta- Não ! Eu espero bem que não seja outra surpresa ! Abriu a carta:
-Eu amo-te, e é por isso que comprei-te um apartamento, o teu apartamento de sonho. Já mudei tudo para lá. Ass: Ele. 
-Eu não acredito nisto. Ele é doido só pode. ODEIO-O!
Foi ai que ele entrou no apartamento- Eu amo-te, só quero ficar contigo, e eu sei que me amas, por favor, não faças isto connosco. 
-Fazer isto ? Tu já fizeste tudo agora nunca mais vamos ficar juntos. Nunca mais te quero ver. E espero que voltes a mudar as minhas coisas para aqui. 
Ele aproximou-se dela.
-O que estás a fazer ? Larga-me !- Ele agarrou os braços dela e beijou-a. No inicio ela resistiu ao beijo mas depois.... bem depois deixou-se levar, ela amava-o. Parou de beija-lo, e abraçou-o. Porque fizeste tudo isto ? Não vês que eu não quero ficar contigo porque vou te magoar ?
-Magoar-me ? Magoas-me se estiveres longe, isso sim. Amo-te.
-Eu também te amo....
Ficaram ali os dois abraçados até que.... BANG! BANG! BANG! Três tiros, primeiro entraram nele, passaram-no e entraram nela ficando alojados no seu corpo. Caíram os dois no chão do apartamento. 


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-Não !
-O que se passa ? 
-Tive um pesadelo horrível, amor.
-Calma, calma, está tudo bem agora- Dizia ele abraçando-a com força. 
-Mas afinal sobre o que foi o pesadelo ? Neste momento ela já estava mais calma. 
-O pesadelo? Foi assim... Então começou a descrever tudo o que tinha acontecido. 
-Pois, eu acho que tenho que te contar uma coisa.
-Tens que me contar uma coisa ? O que se passa ? 
Ele contou-lhe todo o seu plano antes dela ter sido raptada, e contou-lhe que ela de facto tinha mudado de apartamento. Primeiro ela bateu-lhe e insultou-o algumas vezes, mas depois continuaram a falar, e a amar-se. 
-Sabes uma coisa ?
-Diz-me.
-Para o teu próximo aniversário é que vais ter a melhor surpresa de sempre ! 
-Espero que não seja tão boa como as ultimas. HAHAHA.....


..........   ..........   ..........   ..........   Fim   ..........   ..........   ..........   ..........  

9º Parte- será o fim ?

-Onde Ela está ?
Silêncio era tudo o que tinha recebido até agora.
-Muito bem, estas a conseguir deixar-me sem paciência. Vais me dizer onde ela está ou não ?
-Não és tão bom a descobrir coisas? Descobre isto também.
Ele pegou no telemóvel que tinha deixado em cima da mesa.
-Glik, podes subir. Traz aquilo que combinamos.
-Ok patrão. já vou. 
Algo pareceu incomodá-la. 
-O que vais fazer ? Torturar-me ou algo do género ? Haha, como se alguma vez tivesses coragem para fazer tal coisa!
Agora o silêncio veio da parte dele, e isso deixou-a nervosa, estava a perder o controle emocional. 
-Diz-me o que vais fazer !
Ele voltou a não responder. O Glik entrou pela porta, para alivio dela não trazia nada para além de um computador, computador esse que ele abriu e deixou à frente dela. Fez isto e saiu, eles nem trocaram olhares. Cada vez aquilo estava mais estranho. 
-O quão gostas do teu pai ? 
Ao mesmo tempo que disse isto apareceu no computador a imagem do quarto onde o pai dela estava, a cara dela era irreconhecível, estava a começar a desesperar. 
-O que vais fazer com o meu pai ? Não faças nada ! Por favor !
Ele voltou a ficar apenas em silêncio. 
-Não o magoes, ele não tem culpa de nada disto. Deixa-o em paz ! Magoa-me a mim. 
Ela continuou a gritar com ele, repetia varias vezes para ele deixar o pai dela em paz, para a magoar a ela, ele continuou sem dizer uma única palavra e isso funcionava perfeitamente com ela. No ecrã do computador aparecia agora o Glik indo de encontro ao pai dela. 
-Pai ! Não faças isso ! Manda-o parar por favor !
-Estás a ver isto ? Como vai acabar depende apenas e só de ti, basta me dizeres o sitio exacto onde Ela esta  e eu ligo ao Glik a dizer-lhe para parar. Caso contrario acho que ambos sabemos o que acontece. 
- O Glik não fazia isso. 
-Não fazia ? Queres apostar tudo nisso ? Ele não tem nada a perder, nunca ninguém o viu entrar ou sair daquele quarto, o teu pai, bem, segundo o que vi do historial médico dele se lhe dermos mais morfina do que ele está a receber neste momento não vai demorar muito a morrer. Nunca ninguém vai suspeitar que alguém o matou. Qual era o interesse de matar um pobre homem ?
Ela engoliu em seco, tudo o que ele estava a dizer era verdade- Ok, eu digo-te onde ela esta. Agora diz ao rapaz para parar. Novamente ele pegou no telemóvel.
-Glik, para. 
.Ok chefe. 
-Agora diz-me, onde Ela esta ?
-Num armazém ao pé da linha de comboios, o endereço está escrito num livro que tenho na sala, na prateleira é o 13º a partir da direita. 
Quando ele começou a correr em direcção à porta ele gritou - E eu ? 
- Eu trato de ti depois. 


..........   ..........   ..........   ..........   ..........   ..........   ..........   ..........   ..........   .......... 


-Raios ! Socorro ! Ela gritava desesperada, sabia que ninguém a iria escutar, mas não havia mais nada que ela pudesse fazer, gritava com as ultimas forças que tinha, estava esgotada, estava frio, muito frio ali, ela tremia, não conseguia sequer sentir as mãos. Estava fisicamente acabada, e psicologicamente não estava melhor. Toda ela eram desgostos, dor, magoa, tristeza, desespero e medo, muito medo. Já perdera tudo o que tinha naquela vida, só tinha a vida, e mesmo essa parecia que ia lhe ser tirada. 
-Oh não, esta alguém a chegar. O GORDO, pensou ela. -Estou morta.
-Então puta ? Achavas que podias corta-me a pila e sair sem levar ? É preciso ser muito crente. Tive que levar pontos na pila ! Sabes o que isso é ? Vais levar tanto. A Susie disse-me para esperar, mas foda-se eu não quero saber, quanto mais depressa tu estiveres morta melhor para mim, mas não sem antes sofreres. Achavas que eu era estúpido não é ? Parece que estavas enganada, quando alguém me provoca, acabou-se. 
-Vai para o inferno !
Levantou o braço e bateu-lhe em cheio na cara, ela começou a sangrar, o lábio tinha rebentado. - Não me respondas cabra !- abriu uma mala que trouxera consigo, tinha alicates, facas, pinças, e uma bateria que parecia servir para dar choques eléctricos. 
-Qual destes preferes primeiro ? 
Ela não falou. 
-Qual preferes puta ? Responde !
-Tu é que disseste para não te responder. 
-Agora estás a armar-te em engraçadinha é ? Vais levar vaca. 
Voltou a bater-lhe na cara, agora ela sangrava do nariz. 


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-Rápido Glik, anda mais depressa !
-Queres ser preso é ? Tem calma !
-Calma? Acelera Glik , acelera!
-Está bem, mas pagas tu a multa . 
Por mais depressa que andassem parecia que nunca mais chegavam ao tal armazém. 


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-Acho que vou começar por te amolecer com uns choques eléctricos. Que te parece ?
Ela estava com tanto medo que nem conseguia articular palavras, ou o que fosse, estava em estado de choque. Ele pegou nos cabos, e ligou-os à corrente que ela tinha nas pernas, ajustou a voltagem para não a matar de uma vez só, perguntou-lhe: Estas preparada vaca ?
-Ela tentou gritar mas nada conseguiu dizer. 
-Aqui vai! Um choque eléctrico percorreu os cabos, passou pela corrente, e entrou no corpo dEla, estremeceu de uma ponta a outra, as marcas das queimaduras provocadas pelo choque estavam a arder, ela tentou olhar para as pernas, mas não conseguia, não se conseguia mexer. Conseguira sentir a electricidade percorrer-lhe o corpo. Ele estava a olhar para a cara dela, tinha se baixado de propósito para a olhar nos olhos, e o que mais a assustava era o brilho nos olhos dele, ele estava encantado com o que estava a fazer, parecia uma criança que tinha acabado de receber um brinquedo novo e queria brincar com ele até se cansar dele. Naquele caso ela era o brinquedo, e ela tinha cada vez mais a certeza que não conseguiria sair inteira daquela brincadeira. 
-Queres outro puta ? Mais um choque ? Não ! Agora vamos fazer uma coisa mais interessante. Ele desapareceu do campo de vista dela por algum tempo, quando voltou trazia uma grande panela cheia de água, colocou a panela sobre uma placa de aquecimento que tinha trazido com ele, enquanto a água aquecia ele foi à beira dela. Primeiro deu-lhe um beijo, e pareceu parar por momentos para saborear o sangue dela, amarrou uma corda aos tornozelos dela e levantou-os de forma ás pernas ficarem dobradas para trás, amarrou a corda á volta do pescoço dela, deixando assim as pernas dobradas para trás. Voltou a dirigir  a sua atenção para a panela, já estava a ferver a água- Perfeito!- pegou na panela e colocou-a por baixo dela. 
-Eu agora vou soltar a corda do teu pescoço, porque se eu não o fizer vais morrer asfixiada, não sou simpático ? Em contra partida, depois de eu soltar a corda vamos ver quanto tempo vais conseguir manter as pernas assim dobradas, sim porque caso não consigas manter as pernas assim vais ficar com os pés gravemente queimados não é ? E nenhum de nós quer isso pois não ? 
Ela mal conseguia falar, mas com a força que lhe sobrava tentou sussurrar. 
-Não soltes a corda...
-O que ? Não te ouço puta.
-Não soltes a corda por favor...
-Agora já foste mais bem educada, vou pensar, será que não devo soltar a corda ? Resposta á pergunta: Vou soltar a corda cabra. 
-Não, pensando melhor não vou, antes disso e enquanto estas a esforçar-te para não morrer asfixiada acho que seria simpático da minha parte mostrar que ainda me sinto atraído por ti, pegou em uma corrente pequena que tinha uma pinça em cada extremidade, levantou a t-shirt dela, mordeu cada um dos seios, deixando um deles a sangrar e o outro roxo, depois agarrou a cada mamilo uma pinça. 
-Que tal te sentes ? Bem suponho. Espero que te estejas a divertir, porque eu estou. Raios ! A água já não esta a ferver, ainda queima,mas não o suficiente. Parece que vou ter que a aquecer novamente, e enquanto ela aquece acho que podemos fazer mais alguma coisa interessante não achas ? 
As lágrimas corriam pela sua cara, não tinha forças para mais nada, só conseguia chorar. O fim estava próximo ela sentia-o, mas não podia fazer nada para impedir, era uma questão de minutos. 
-Já sei o que vou fazer! Gostas de agulhas ? ... Percebo que não me respondas, vou entender o teu silêncio como um sim. Furou-a, com uma agulha foi espetando-a por todo o braço, até que este escorresse sangue. 
-Parece-me que a agua já esta pronta. Que te parece ? Foi novamente buscar a panela para por debaixo dela, não se apressou em nada do que fazia. - É agora, é agora que vou soltar a corda.