Havia sangue espalhado por toda a cama, cenário de matança.
-O que se passou aqui ?
-Outra prostituta foi morta. Desta vez não deixaram o corpo, mas a identificação dela estava no chão quando chegamos.
-Lyane, Lyane Lory.
Ouvia-se a conversa entre dois polícias. Uma série de assassinatos a prostitutas estava a ocorrer naquela zona. No espaço de um mês já tinham sido mais de 10 as pobres, e virtuosas mulheres sacrificadas, tinham todas menos de 22 anos, e a policia nenhum suspeito tinha até ao momento.
-Jack, acorda! Gritava a sua mãe, batendo na porta.
-Vai-te embora! Deixa-me em paz. Quero dormir pra sempre, não vou sair do quarto hoje.
-Tens que ir para a escola meu menino.
-A minha vida é uma merda.
-Quando quiseres dinheiro, não venhas pedir. OUVISTE ?
-Tá bem.
Tinha 19 anos, acabado de entrar na universidade, e acabado de acabar com a sua namorada de longa data. Acabado também tinha a sua vontade de viver, e acabado tinha o seu dinheiro.
Acabara por adormecer no sofá, pelo meio da manhã. Fora acordada por volta do meio dia, com os sons de um casal no quarto ao lado. A cama batia contra as finas paredes que separavam cada quarto, o som quase nítido do orgasmo da mulher, que as paredes deixavam passar quase completo, os gritos do homem que parecia saído de uma jaula, na qual não tinha relações sexuais durante anos. Nada que fosse novo para ela, praticamente todos os dias ouvia os mesmos sons, mas apenas com pessoas diferentes, não fosse aquilo um motel. Já ela própria, várias vezes estava no lugar contrário, onde era o seu som que ocupava os tímpanos dos quartos vizinhos. Nunca fora uma "gritadora", nem costumava gritar de forma a que tudo parecesse exagerado. Porém, sabia fingir,pelo menos, o suficiente para levar os homens a pensar que estava a gostar.
Estava aborrecida, tinha que limpar tudo, o som de orgasmo continuava, embora agora no outro quarto, ligou a televisão.
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