Nos últimos tempos,
As coisas tem mudado a uma velocidade estonteante. Achava saber e sentir coisas que agora não sei se sei ou sinto. Coisas que pareciam brilhar como ouro de repente parecem ser tão negras como carvão. Mudança. Variação. Confusão. Incerteza. A sério, parece que nenhum estado é capaz de se manter por mais do que uma semana. Surpresa. Palavras soltas que antes não faziam sentido nenhuma, agora... continuam sem fazer sentido nenhum. Frases completas que sempre fizeram sentido, agora ... nenhum sentido fazem. Pessoas. Não sei o que se passa com as pessoas, não consigo as perceber, não sei se as quero perceber, percebe-las provavelmente é impossível. Mais pessoas, elas entram e saem da nossa vida, sem sequer dizer adeus, ou um até logo já volto. Não sei. Incerteza. A única coisa que tenho tido certeza nos últimos tempos é que estou confuso, perdido nos meus pensamentos, sozinhos, lentos, rápidos, que não fazem sentido nenhum para além do sentido que eles tem para eles próprios. Sonhos. Desejos. Vontades. Nem os sonhos, nem os desejos nem as minhas vontades tenho tido coragem de lutar por, talvez porque não saiba quais são os meus sonhos os meus desejos e as minhas vontades. Só tenho impulsos ultimamente. Tenho deixado os meus impulsos me guiarem, não sei para onde estou a ir, mas acho que seguir os meus impulsos é a única forma de seguir aquilo que sinto de verdade, porque quando penso no que sinto nunca consigo perceber o que sinto. E se os meus pensamentos não conseguem responder às perguntas espero que os meus impulsos consigam. Faz sentido? Turbilhão de ideias e pensamentos. Consegui ficar uma hora a olhar para uma parede e a pensar, não me lembro no que pensei, mas sei que no momento em que pensei tudo o que estava a pensar devia fazer sentido, e mesmo que não fizesse sentido, com certeza devia ser importante. Acho que aí está a beleza de nos deixarmos levar pela imaginação e nos perdermos no mundo dos pensamentos que por vezes correm como um rio corre para o mar, e por outras vezes rebentam como as ondas ao chegar à areia.
Preciso de ouvir coisas que façam sentido, de ver coisas que me façam chegar a algum lugar. Sinto-me mais seguro do que nunca na minha insegurança. Protejo-me dos outros na minha estupidez, escondo-me atrás de alguém que não sou eu, ou talvez seja, já não sei quem sou, e não quero descobrir. Tenho sentido dificuldade em mostrar aquilo que quero mesmo mostrar. Talvez precise de alguém que me permita sentir-me capaz e seguro para o fazer. Sinto o mundo a afastar-se, e não sei o que fazer para impedir o seu afastamento, sinto-me incapaz. Sinto-me doente, febril, em delírio. Já não sei o que digo. Insensível, sensível, passivo, activo. Não quero tirar os pés do chão, porque tirar os pés do chão implica dor, implica queda, implica somente. porque haveria de tirar os pés do chão ? If you love something give it away. Esta frase repete-se vezes sem conta na minha cabeça, a música nunca para de tocar, o ritmo frenético, as rimas sofridas, os gritos de desespero, sentidos e nunca fingidos, as palavras que vem de dentro e que fazem todo o sentido deixam-me surdo, e não consigo parar. As desafinações constantes que tornam tudo mais perfeito e afinado. É a isto que se resume tudo, a desafinações que tornam tudo perfeito. Espero estar a desafinar em todos os sentidos da minha vida. O meu coração não consegue conter. O teu nome, o teu grupo, a tua tribo, onde tu pertences, aquilo que és. Parecem coisas bonitas. Não quero saber para onde vou, apenas quero ir. Vou para por aqui, acho que já não estou a fazer sentido nenhum, não que tenha em algum ponto feito algum sentido.
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