segunda-feira, 1 de julho de 2013

o circo e o povo 2.0

Diverte-me ir a Ponte de Lima e ver as ruas infestadas de pessoas desesperadas por diversão, vinho e circo. Muito circo a cima de tudo. Não sei a quem culpar, se é que alguém tem culpa, ou se tudo não passa de uma amostra clara daquilo que é o povo. E de quão hipócrita é gastar dinheiro, passar uma tarde de baixo de sol, para ir ver um circo montado à beira rio, que tem como principal utilidade entreter um povo com fraca mentalidade. Vinho e circo, música miserável, e piadas que não têm classificação possível. A falta de qualidade daquilo que vemos na nossa televisão hoje em dia, é flagrante, mas mais flagrante é a falta de existência e o conformismo em comer sem questionar aquilo que é dado.
E todo o sistema esta montado para que assim seja, os meios de comunicação social como a televisão e radio etc, em vez de tentar ter uma grelha que programas estimulantes e que tenham algum tipo de contributo positivo em termos culturais, cientificos, com informação séria e não sensacionalista, e até mesmo entretenimento, mas entretenimento que não tome as pessoas como burras. É triste, porque em vez disso, a televisão opta por programas que de nada servem, de visualização rápida e descartável, que não estimula o pensamento, e que são de uma futilidade e vazio de conteúdo incríveis. O ensino, ah o ensino...que cada vez tem menos qualidade, que cada vez mais não se preocupa em educar, mas sim em despejar conteúdos de forma aborrecida, não é regra, mas o sistema está montado para que assim seja, e é de louvar todos os professores que conseguem contrariar isso, mas a escola está feita para começar desde cedo habituar os alunos a levar com conteúdo despejado na sua cara, um ensino que não funciona como era suposto. Um ensino que vai se tornando cada vez mais caro, ao contrário da qualidade. Felizmente existem muitos jovens que conseguem mesmo com o estudo que temos tirar o maior proveito do que lhes é fornecido, tenho medo é que não seja suficiente. Povo que não tem educação, é um povo mais facilmente moldável, influenciável, conformista. Pode parecer apenas mais uma teoria da conspiração, vejam isto como quiserem.
Mas o que mais me chateia nisto tudo, não esta no facto do povo festejar, porque o povo pode fazer o que quiser e festejar o que quiser, mas saber que as mesmas pessoas que são capazes de passar uma tarde ao sol, de ter gasto dinheiro pelo menos em termos de transporte para lá, depois, caso fosse preciso sair para a rua e lutar por coisas que importam mesmo, não são apenas circo, são as primeiras pessoas que ficam sentadas em casa, a chamar de vândalos aqueles que tentam melhorar as coisas. E dizem que isso não serve de nada. Chateia-me profundamente. Porque a não ser que estas pessoas vivam num universo paralelo, o desemprego, o aumento de preços, o preço abusivo dos transportes, da electricidade do gás do petróleo em relação ao resto da Europa, o baixar dos salários, as deficiências no sistema da saúde e na educação são problemas reais, e talvez estas pessoas não sejam afectadas por estas coisas, mesmo assim, chateia-me que esta gente seja a mesma que ouvimos a dizer que estão a ganhar apoio social que não precisavam, mas que assim podem usar o dinheiro para comprar coisas que não precisam, enquanto pessoas que precisam mesmo dessa ajuda não a têm.

Querem ser fanfarrões? Sejam. Não podemos dizer que o povo não pode ser feliz porque o país não está bem. Mas seria pedir muito que as pessoas estivessem atentas ? Preocupadas ? Dispostas a fazer alguma coisa ?


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